Boemia

Depois de mais uma noite de boemia, o velho amante latino chegou com a camisa desabotoada, pra fora das calças já batidas pelas madrugadas da cidade. Depois de não resistir e regar a roseira do vizinho, conseguiu chegar a porta de casa. Enfiou a mão no bolso, mais um telefone pra velha lista deixada no canto da casa. O cheiro de cigarro e perfume barato era forte, mas havia um doce aroma em suas mãos. Ela era uma bela mulher, casaria com ela, não fosse a mania de roer as unhas. Todas tinham manias que desagradavam, mas serviam para uma noite romântica, cheia de promessas, até que amanhecia, beijo na testa e até breve!
Não achava as chaves de casa, isso sim o preocupava, lá dentro era seu mundo, aquela velha foto estava lá!!! Ufa, estava lá...
Jogou-se no sofá, ligou o rádio e adormeceu sonhando com a foto! Essa sim, não tinha manias. Aliás, tinha, mas eram lindas e não o perturbavam! Ele gosta daquela foto! Até um boêmio sabe amar, de forma diferente, talvez mais intensa e sincera! Mas sabe amar...

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