EU

Eu sou a que no mundo anda perdida,
Eu sou a que na vida não tem norte,
Sou a irmã do Sonho, e desta sorte
Sou a crucificada... a dolorida...

Sombra de névoa tênue e esvaecida,
E que o destino amargo, triste e forte,
Impele brutalmente para a morte!
Alma de luto sempre incompreendida!...

Sou aquela que passa e ninguém vê...
Sou a que chamam triste sem o ser...
Sou a que chora sem saber por quê...

Sou talvez a visão que Alguém sonhou,
Alguém que veio ao mundo pra me ver,
E que nunca na vida me encontrou!

Flobela Espanca

Vou... volto em outra estação...

Não me peça para ser coerente, porque eu sou. De novo o vento veio e descobriu o meu ser.
Cada vez mais inteira, cada vez mais sozinha. Será uma tendência? Será uma escolha? Ou o destino?
Tudo aponta para um novo caminho, o que eu quero. E tudo me leva a pensar que passei minha vida conceituando um monte de nada. E o nada, acredito eu, preparou o meu ser para tudo, ou quase tudo.

Eu vou... sei que vou voltar diferente. Até outra estação!

O exílio é aqui

Estou longe de mim ou distantes estão meus pensamentos?

Sinto cheiros que não conheço, vejo cores que não são daqui e choro por não estar lá.

Me sinto exilada dentro de mim. Com meus sonhos do lado de fora só quero viver para reencontrá-los.

Sem título

Estou num daqueles dias em que posso escrever tudo o que quiser. E não se trata de coragem. Na verdade, estou com medo. E não é medo de me expor. É medo de descobrir uma parte que eu não tinha. Ou sempre tive e esqueci e a poeira cobriu. Agora ventou. Descobri que o amor era uma história. Eu criei, contei e desencantei.
Ficou num canto, como um móvel velho do qual a gente não consegue se livrar pelo valor sentimental. Sentimento nenhum vai embora. Fica guardado, esquecido, adormecido, no canto... mas uma hora o vento descobre.

Ela me ajuda a criar fases.

Só você pra me arrancar do casulo:

"Outra fase, vire a página pra continuar escrevendo aquilo que você sonha. Que seja um novo capítulo! Que seja o livro mais bonito! te amo muito, não me desaponte. Desa - ponte... não tinha percebido que cabia outra palavra. E fale comigo sempre que precisar, sempre, a qualquer hora, tá? Beijo."

A gente vive aprendendo a atravessar essas tais pontes e deixar o outro lado por lá. Dessa ponte eu aprendi a pular e me jogar de braços abertos!!! Um sorriso e o silêncio... tempo de paz!

Dez a ponte!