O verbo é obra divina

O ser humano é trágico. De onde será que vem tanta carência?
Tudo que o homem criou até hoje revela a tentativa de preencher as lacunas, os buracos, os espaços do mundo interior.
O capitalismo, por exemplo, demonstra o quanto a humanidade é carente. Esse sistema funciona porque é compatível com a idéia de que tudo morre, com a idéia pessimista da morte. Primeiro vem o concreto; depois, o abstrato. Dinheiro, concreto. Felicidade, abstrato.
O que economia tem a ver com literatura, com arte? O ser humano.
É a falta de recurso interno que faz um homem querer riquezas.
É a falta de recurso externo que faz um homem questionar e questionar.

Freud explica! Essa expressão tira a poesia.

A subjetividade também é universal. Muita gente árida está por aí. Grande ser tão veredas ou "Grande Sertão: Veredas"? É dentro do ser humano que os grandes conflitos acontecem. Os dramas estão dentro do homem.
Pedacinhos nossos de cada dia se perdem e se encontram. Trocamos esses pedaços com todos os lugares o tempo todo. Às vezes a troca favorece mais um lado que outro.
E viramos criadores. Mas somos mortais, criaturas!
Nossas vidas barrocas, nossa eterna dualidade.

Navego, vivo ou cavo o infinito?

Hoje não estou romântica, estou de barroco. Sou simbólica e moderna. Uso os recursos que tenho. Estou, tenho, mas sou...

Estou longe de concluir a minha trajetória, que é o próprio motivo pelo qual existo.

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