"Sabe, há algum tempo venho tentando me entender e me decifrar. Cadê a esfinge que ainda não me devorou? Tenho tentado harmonizar todas as coisas que me povoam, me consomem e me constituem como um ser pensante, ou não. Tenho tentado harmonizar o que sou e o que não sou, concreto e abstrato, vivo e morto, fim e começo, começo e fim, e, por fim, minhas harmonias e desarmonias. Paro, olhos pras pessoas, omito algumas letras, deixo ao relento outras palavras e frases. Percebo o que elas se esforçam para demonstrar e pensam, mas não querem dizer. Percebo que preciso de que as pessoas sejam mais francas do que gentis, mais olhares menos palavras, mais transmissões menos supérfluos, mais sincronias menos desvios, mais rochas menos ondas, mais concretas e ao mesmo tempo menos palpáveis. Deixe a subjetividade comigo.
Ahh, a subjetividade, esta tumba que se ergue em meio ao meu caminho e, na qual, posto me em frente e observo com olhares surpresos e pouco convictos sobre o que virá pela frente. Fixo meus olhos no horizonte, sem deixar que a tumba se faça como objeto maior frente a minha face distorcida e envenenada por outros efeitos anteriores da mesma. Tenho medo dessa subjetividade que me aflige, me sonda e que quer me refletir de uma maneira óbvia demais e não passível de maiores observações.Quando tento me observar, para analisar com minúcia absoluta e cautelosa o que a tumba me instiga a reconhecer e procurar, acabo por encontrar resquícios de algo que, total e completamente, não sei bem ao certo o que significa ou que mensagem subliminar possui pra me apresentar. Acho a explicação de tudo isso pouco plausível e acabo por me encontrar a parte do que faltava, o ponto crucial e possuidor de todo sentido que se une para formar o todo. Esqueço, abstraio e fujo de mim.. quando fujo, finjo saber ao certo como esse pingo se enquadra e se acopla ao que sou. Ao me deparar como o ponto perdido, logo caio em mim quanto a sua significação, pois vejo que sinto falta do que não sei e não procuro por me ludibriar a todo momento fingindo saber. Subconscientemente, adquiro a certeza desse elemento sem poder explica-lo ou denomina-lo. ELE faz parte do que sustenta a minha estrutura. Penso que a subjetividade é a maior responsável por me fazer querer, às vezes, o que não se encontra ao alcance de minhas pobres e inexperientes mãos, mas, se isso me consola, encontra se ao alcance de minha MENTE, que me deixa divagar e, quando me flagra na beira de um precipício, puxa me pelo braço. Ela tenta deixar claro do que ela é capaz, e, como nunca aprendo e absorvo por completo o poder, o tamanho e a dimensão desta, ela sempre me faz seguir até os lugares mais inusitados, imprecisos, indescritíveis, insanos, estranhos... por fim, acabo por me avistar em um desses lugares . Com a alma a me estudar, e a mente a fazer parte de algum lugar pouco explorado, estranho, esquisito... mente.. MENTE"
Com licença poética mais uma vez
Postado por
Farofa no Ventilador
on 07 novembro, 2008
/
Comments: (1)